É comum, ao falarmos em treino de habilidades sociais, o uso de termos como “comportamento socialmente adequado ou inadequado” como forma de direcionar as intervenções rumo ao ganho de repertório “socialmente adequado” dos nossos pacientes.
Mas precisamos estar atentos para que essas terminologias não se tornem cobranças aversivas para que essa criança ou jovem sinta que precisa “fingir ser menos autista” ou “mascarar” características do espectro para poder ser aceito.
Mas de que forma?
O masking, ou camuflagem social, refere-se à habilidade que algumas pessoas autistas desenvolvem para ocultar seus comportamentos e características considerados atípicos em contextos sociais. Essa camuflagem pode incluir o ajuste do tom de voz, o controle de expressões faciais e a imitação de comportamentos sociais “aceitáveis”.
Embora o masking possa ajudar as crianças autistas a se integrarem socialmente, é importante reconhecer os desafios associados a essa estratégia. O esforço constante para se conformar às expectativas sociais pode ser exaustivo e gerar ansiedade, levando a uma desconexão emocional consigo mesmas. Além disso, o masking pode mascarar as verdadeiras necessidades da criança, dificultando a compreensão de suas dificuldades e, consequentemente, a aplicação de intervenções eficazes.
Para promover habilidades sociais autênticas, é crucial fomentar ambientes que compreendam e aceitem a diversidade, permitindo que as crianças autistas se sintam seguras para expressar suas verdadeiras personalidades e necessidades de suporte.
Além disso, o desenvolvimento de intervenções personalizadas, levando em consideração as habilidades sociais naturais da criança, proporciona oportunidades para um aprendizado mais autêntico e menos coercitivo/penoso.
Como profissional capacitada em intervenções em habilidades sociais em grupo, acredito que a empatia é a chave para estabelecer conexões genuínas e criar intervenções que respeitem a individualidade de cada um.
Estabelecer canais de comunicação abertos, onde a criança se sinta à vontade para expressar suas necessidades, desafios e sucessos, é essencial para construir a relação de confiança e vínculo que promovemos nas nossas intervenções clínicas em Grupos de Habilidades Sociais.
Ao implementar essas alternativas, estamos construindo um caminho mais empático e sustentável para o desenvolvimento das habilidades sociais em crianças e jovens autistas, pois o nosso objetivo é sempre o de promover e aprimorar ambientes onde cada criança se sinta aceita e valorizada exatamente como é.
Isso é ciência humanizada! Isso é ABA!
E se você quer saber mais sobre como funciona o nosso projeto de Grupos de Habilidades Sociais, entre em contato!
Assistente Terapêutica